segunda-feira, 2 de junho de 2014

Veleiro Pangaea quase abalroado por navio no Canal do Porto de Santos (atualização).

Dia 29 de maio, o veleiro Pangaea quase foi abalroado pelo navio de carga holandês Alexandergracht no Canal do Porto de Santos, nas proximidades do Aquário Municipal.


O veleiro Pangaea está realizando a circum-navegação da terra, com duração prevista de 4 anos em diferentes terrenos, incluindo montanha, deserto, mar e neve ártica . Veja mais informações na reportagem do jornal on-line Almanáutica (http://almanautica.wordpress.com/2013/12/04/palestra-gratuita-na-marina-da-gloria/). O veleiro possui 114 pés (35 metros), tendo sido construído totalmente em alumínio pelo estaleiro brasileiro Oficina Naval, de Thierry Stump (http://www.tecnologiademateriais.com.br/consultas_tm/pdf/pr61/24-25.pdf).

Foi por muito pouco que não ocorreu o abalroamento. Navios geralmente possuem grandes restrições de manobra em canais porque são obrigados a navegar por um canal estreito devido ao seu calado e porque possuem muita inércia, que impede a diminuição ou aumento da velocidade e dificulta a mudança da sua direção de forma rápida. Felizmente o navio era de pequeno porte o que permitiu a manobra de evasão.

Diferentemente do que foi noticiado na reportagem, o veleiro Pangaea não aparentava estar com alguma restrição de governo, pelo contrário, navegava normalmente dentro dos limites do canal.


Existem regras internacionais que determinam a preferência das embarcações na navegação. Particularmente, o Regulamento Internacional para Evitar Abalroamento no Mar (RIPEAM) trata especificamente deste tema. Existem algumas seções desta norma que se aplicam à situação como a "Regra 9 - Canais Estreitos", a "Regra 13 - Ultrapassagem" e a "Regra 18 - Responsabilidade entre embarcações". Estas regras levam em conta, inclusive, o tamanho da embarcação (se maior ou menor que 20 metros) e embarcações com capacidade de manobra restrita . De quem era efetivamente a preferência nesta situação? Teria sido o comandante do navio imprudente em se aproximar tanto do veleiro?

Tanto a tentativa de ultrapassagem (realizada pelo navio), quanto uma eventual situação de emergência ou de limitação de manobra (da parte do veleiro) devem ser avisadas, podendo o comandante da embarcação fazer uso de diversos meios previstos nas Normas da Autoridade Marítima (NORMAN): através de canais de rádio de emergência com frequência pré-definida (VHF canal 16 ou HF SSB 4.125 kHz ) e sinais sonoros. No vídeo não é possível determinar se foram empregados meios para aviso destas situações. Porém, relatos de testemunhas indicam que o navio vinha apitando desde o pier Edgar Perdigão.